95 por cento das pessoas com mais de 65 anos sofre de catarata
Artigo de Opinião de Raúl Sousa, presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO)
Dia Mundial da Visão assinala-se a 11 de outubro
A catarata é a alteração da transparência (opacificação) do cristalino e o seu aparecimento é, normalmente, o resultado do processo natural de envelhecimento. Quase todas as pessoas com mais de 65 anos de idade apresentam este problema, embora com distinta gravidade.
No entanto, quando a catarata surge em jovens, crianças ou em doentes diabéticos, a sua evolução é normalmente mais rápida. O fumo do tabaco e/ou o uso de determinada medicação (como a cortisona), são considerados fatores de risco no desenvolvimento desta doença. Por outro lado, ler, costurar, usar computador ou ver televisão, não influem no aparecimento ou desenvolvimento de cataratas.
Numa fase inicial, dependendo do seu tamanho e localização, a catarata pode passar despercebida. No entanto, apesar da perda de transparência do cristalino ser um processo lento, mais tarde ou mais cedo irá provocar alterações na visão. A pessoa com cataratas começa a notar a visão mais “enevoada” e/ou em duplicado, refere perda de visão (principalmente em ambientes com pouca luz), com necessidade de alterar os óculos.
A catarata não provoca dor, mas pode afetar gravemente algumas tarefas diárias, como ler, costurar ou conduzir.
Para diagnosticar a catarata é preciso verificar a diminuição da acuidade visual; a observação do cristalino através do biomicroscópio na consulta; a observação pela oftalmoscopia e a observação dos reflexos pupilares. O seu Optometrista pode e deve confirmar a presença e extensão da catarata ou de outros distúrbios visuais que possam provocar enevoamento da visão.
As cataratas deverão ser operadas a partir do momento em que as tarefas do dia a dia tornam-se mais difíceis pela perda progressiva de visão. Apesar da recuperação da visão ser quase imediata, a cicatrização devido à operação, pode demorar 1 a 2 meses.
O Optometrista é um profissional central nos cuidados para a saúde da visão, segundo a Organização Mundial da Saúde. O seu âmbito de prática não se limita ao diagnóstico, prescrição, terapêutica e reabilitação da condição visual. Também desempenha um papel de relevo na investigação e inovação científica, para a implementação de prática clínica baseada em evidência científica.
Para mais informações, consulte: www.aplo.pt